terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Mudança de Hábito

Isso era o que fazia antes quando ia ao parque: sentar, comer e ler. Mesmo morando a poucas quadras do parque, um lugar que eu adoro, chegava a passar meses sem ter coragem ou ânimo de ir até lá. Eu teria que andar cerca de 10 minutos e tinha preguiça de fazer isso.

Eu vivia para comer, sendo que o certo é a gente comer para viver. Eu comia acho que umas quatro vezes mais e não tinha vinte por cento da disposição que tenho hoje. Tinha preguiça, às vezes, de atravessar a rua para ir à padaria e acabava pedindo pizza por telefone.

O resultado disso tudo foi ter engordado, de novo, quase dez quilos. Coloquei a perder todo o trabalho de um ano inteiro. No início de 2009 estava pesando 55 quilos. Consegui manter esse peso até a chegada do inverno. Depois disso, com muito sacrifício fiquei entre 59 e 60 quilos. De outubro de 2009 em diante, quando me casei, a coisa desandou de vez. Em janeiro de 2011 eu já estava, de novo, com mais de 65 kgs. Foi quando me pesei pela última vez.

Parei de me pesar e de tirar fotos! De vez em quando eu me policiava um pouquinho e percebia que diminuía um pouco, mas não durava muito. Eu não tinha sequer coragem de confirmar na balança. Passando por dificuldades no trabalho, ficava ansiosa e comia ainda mais. Minha auto estima estava baixíssima. Eu ficava angustiada demais, chegava em casa e comia tudo o que tinha direito e o que não tinha também. Cheguei ao cúmulo de comer, numa tarde, 3 pacotes de Ruffles mergulhados em molho Dippas. Só isso já tinha as calorias todas que o meu organismo precisaria para o dia todo.

E não parava por ai: todos os dias de manhã, comia dois pães franceses com manteiga e café cheio de açúcar. Na hora do almoço, depois de comer, geralmente alguma massa bem calórica, ia até uma doceria, que fica perto do trabalho e me entupia a tarde toda com trufas, chocolates, bolachas, pão de mel e refrigerantes. Chegava em casa e comia o que achasse na frente. Depois caprichava no jantar. Para receber elogios do marido fazia todos os dias: feijão sempre temperado com bacon, arroz, carnes em molho, polenta com frango, Inhoques, lasanhas, bolos, pudins, paneladas de brigadeiros. Depois de jantar e antes de ir para cama ainda beliscava algum salgadinho enquanto via tevê.

Não demorou muito para eu não caber mais nas minhas roupas. O pior dia foi o do lançamento do meu livro. Eu não cabia em nenhuma roupa descente que tinha e precisei ser salva por uma amiga na última hora. Precisei usar um vestido emprestado, porque eu simplesmente não entrava em nenhuma roupa minha. Eu acredito que estava com uns 67 quilos ou mais, não tive coragem de me pesar. Nas fotos, mesmo feliz, havia um ar de tristeza. Eu havia sonhado com aquele dia e quando ele chegou eu simplesmente não cabia sequer nas minhas roupas.

Não era apenas as fotos que estavam me incomodando. Eu estava novamente sentindo todos os sintomas: falta de ar, fadiga ao caminhar, dificuldades para ir ao banheiro, dormia mal, sentia vertigens e tinha muita má circulação. Bastava ficar um pouquinho numa mesma posição e a perna começava a formigar. Várias vezes acordei com o braço formigando porque havia deitado sobre ele. Subia um lance de escadas e já estava morrendo. Quase todas as noites, bastava deitar e ficava com falta de ar. Eu já sabia muito bem o que estava acontecendo, mas não queria nem pensar sobre isso.

No final de 2008 fui diagnosticada com colesterol acima e com uma taxa alta de glicose no sangue e o meu médico, na época, disse que eu precisava emagrecer senão iria desenvolver a diabetes tipo 2, que já estava começando. E agora eu estava ali sentindo tudo de novo. Depois de julho eu comecei a maneirar um pouco, mas sempre voltava aos maus hábitos. Ia um ou dois dias no parque para caminhar, chegava lá não fazia nem metade do percurso, que eu fazia antes, e desistia.

Em outubro desse ano eu resolvi que era hora de dar um basta no meu sedentarismo. Comecei a voltar à pé do trabalho todos os dias, mas não tinha mudado os hábitos alimentares. Caminhava, mas chegava em casa e caprichava na janta. Até que um dia eu passei muito mal. Senti muita fraqueza e cheguei quase desmaiar. No dia 26/11/2011 tomei a decisão. Achei a minha pastinha com os planos de emagrecimento que havia feito em 2009, aproveitei que o Diego estava viajando, tomei coragem e comecei de novo. Fui até a farmácia, me pesei e comecei minha dieta.

Faz menos de um mês, mas os resultados já são perceptíveis. Eliminei quase 4 quilos e hoje eu vou e volto à pé do trabalho sem me cansar. Subo escadas sem sentir fadiga, tenho uma maior disposição e nunca mais tive falta de ar. Minha alimentação nunca foi tão saudável! E é isso que me dá forças, saber que estou cuidando melhor da minha saúde, do meu corpo e não estou mais me matando aos poucos. Se continuasse comendo exageradamente como vinha fazendo e levando uma vida sedentária, em pouco tempo iria ter sérios e irreversíveis problemas.

Diabetes tipo 2:

"O diabetes tipo 2 está bastante relacionado ao excesso de peso, mas também influem fatores como o tabagismo, o sedentarismo, a hipertensão arterial e o histórico familiar. Em geral, surge em adultos a partir dos 30-40 anos ou em adolescentes que já apresentam excesso de peso. É o tipo mais comum de diabetes, correspondendo a 90% de todos os casos.

No diabetes tipo 2, o pâncreas inicialmente funciona bem. O problema está nas células de nosso corpo, principalmente dos músculos e de órgãos como o fígado, que mesmo na presença de insulina não conseguem absorver bem a glicose do sangue. Trata-se de um defeito genético que pode ser agravado por diferentes fatores de risco.

Diferentemente do diabetes tipo 1, em que os sintomas surgem de forma abrupta e de maneira pronunciada, o diabetes tipo 2 apresenta poucos sintomas, mas pode manifestar as mesmas complicações crônicas do diabetes tipo 1. Por isso, é fundamental que se examinem periodicamente os níveis de glicemia, principalmente a partir dos 40 anos ou naqueles que têm aumento de peso, colesterol elevado ou pressão alta."


Para saber mais, clique aqui!


Fonte: National Diabetes Information Clearinghouse (NDIC), NIH, USA - 2004

Um comentário:

  1. Olá...sempre venho só que como já te falei, as vezes comento e dá erro e a postagem não vai...rs
    A Manu tbm está com dificuldades de postar nos comentários.

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